Comunicação para relacionamentos: 5 táticas efetivas

Uma comunicação clara e concisa nos relacionamentos é essencial.

A falta de comunicação ou a comunicação ineficiente pode desencadear uma série de problemas que desgastam a relação.

Já a comunicação coerente, precisa e honesta possui o efeito oposto. Mas nem sempre os casais conseguem chegar nesse ponto.

Construir uma comunicação saudável nos relacionamentos amorosos é mais desafiador do que se pensa, uma vez que requer esforço de ambos os cônjuges.

Quando existe o desejo de ficar junto, contudo, os casais encontram maneiras de alcançar esse objetivo.

Aliás, a psicoterapia pode ser um importante aliado no processo de construção da comunicação eficiente. 

O que caracteriza uma comunicação efetiva?

A comunicação efetiva é aquela que não deixa brechas.

Nos relacionamentos, essa dinâmica não é tão linear, uma vez que há sentimentos, expectativas, desejos e outros fatores envolvidos.

O estresse, a correria do cotidiano e outros problemas que não necessariamente têm relação com o relacionamento podem atrapalhar, roubando o ânimo do indivíduo para conversar ou solucionar conflitos.

Da mesma forma, questões pessoais, como dificuldade para se abrir e inseguranças ligadas aos relacionamentos, podem interferir na condução das conversas.

Para haver uma comunicação efetiva nos relacionamentos, é preciso ter, entre outros fatores, compreensão e paciência mútuas.

Problemas que surgem com a comunicação ineficaz

A comunicação ineficaz abre brecha para problemas variados que, com o passar do tempo, desgastam o relacionamento amoroso.

Nem sempre os casais são capazes de identificar quais são eles com exatidão devido ao costume e comodismo.

Entre os problemas provocados pela má comunicação estão:

• Desentendimentos constantes: um dos principais problemas da comunicação ineficaz em qualquer contexto interpessoal são os desentendimentos. Quando um cônjuge não consegue comunicar adequadamente o que ele deseja ou o que ele quer, o outro tem dificuldade para compreender.
• Compreensão errônea: quando não se consegue compreender o que o outro diz, é normal ter interpretações equivocadas e ter atitudes que não condizem com o que foi pedido. Embora o outro possa não ter se expressado bem, quem escuta pode expressar as suas dúvidas e incompreensões.
• Falta de escuta do outro: saber se expressar bem não é a única característica da comunicação eficaz, também é preciso saber escutar o outro. Para isso, a empatia e a paciência são necessárias, pois nem sempre a interpretação correta ocorre da primeira vez.
• Tom grosseiro: o tom grosseiro é capaz de afastar qualquer um de querer ter uma conversa, ainda que ela seja muito necessária. Afinal, ninguém gosta de ser alvo de grosserias, não é mesmo?
• Desânimo: muitas tentativas fracassadas de comunicação desencadeiam um sentimento de desânimo. As pessoas não possuem vontade de conversar, pois sabem que não serão compreendidas da maneira como deveriam.
• Falta de confiança no cônjuge: a falta de comunicação também pode começar a crescer à medida que a comunicação entre os parceiros se deteriora. Como confiar em alguém que você não consegue se comunicar direito e, por conta disso, os desentendimentos são constantes?
• Falta de resolução de conflitos de maneira apropriada: para resolver conflitos nos relacionamentos amorosos, a comunicação eficaz é essencial. Caso contrário, pontas ficam soltas e os cônjuges não chegam a ter aquela sensação de “fechamento” do assunto. No futuro, novos conflitos baseados naquele assunto em aberto podem acontecer, criando uma bola de neve de conflitos.

5 táticas efetivas de comunicação para relacionamentos

Adotar táticas de comunicação e mudar a maneira como você se comunica com o cônjuge é um processo logo e, por vezes, doloroso.

Isso porque nós crescemos com uma maneira específica de comunicação, formada a partir de influências dos nossos pais, ambientes que frequentamos e experiências de vida.

Há pessoas que não têm problemas em falar de assuntos muito pessoais e sentimentos, enquanto outras são como livros abertos e discorrem de questões pessoais sem problema algum.

E nem sempre o indivíduo possui autoconhecimento suficiente para notar isso.

Essas características precisam ser levadas em consideração quando se decide trabalhar a comunicação.

Ao saberem das dificuldades um do outro, os cônjuges alteram comportamentos conforme as necessidades um do outro.

Por exemplo, alguém que não é acostumado a falar do que sente pode demorar para conseguir ser 100% sincero, então a pessoa mais aberta da relação precisa ser paciente.

Contanto que o outro faça esforço para mudar, eventualmente chegará no local almejado.

Veja, abaixo, cinco táticas efetivas para ter uma comunicação saudável no relacionamento.

1. Seja honesto

Comunique-se sempre com honestidade, expressando o que você sente verdadeiramente.

Se você não se sentir confortável para fazer isso ainda, não minta, mas fale que você precisa de um tempo para processar a situação.

Você pode descobrir que o seu cônjuge está mais disposto a ajudá-lo do que você pensava a princípio, facilitando o processo de se abrir por completo a ele.

2. Exercite a empatia

Além de saber se comunicar bem, você precisa saber escutar o outro. A escuta é 50% do processo de comunicação.

Ela permite que você se coloque no lugar do outro e passe a compreendê-lo de uma maneira mais pessoal.

Às vezes as pessoas tomam decisões cuja motivação não compreendemos. A empatia possibilita a compreensão que levou o indivíduo a agir de determinado modo, combatendo o ressentimento, raiva ou incerteza que nasceram das suas atitudes.

Podemos até descobrir que o outro está passando por um momento difícil, ou precisa de ajuda com alguma coisa.

3. Deixe o passado para trás

O passado costuma surgir quando casais discutem. Momentos que antes causaram desconforto ou desgosto no cônjuge vêm à tona no momento da raiva ou decepção.

A discussão do presente passa a ser sobre algo que já aconteceu.

Dessa forma, parece que o casal nunca consegue superar aquele problema.

Quando problemas passados não são solucionados no momento correto e acordos são feitos, os casais estão suscetíveis a reviver as mesmas situações diversas vezes.

4. Utilize a comunicação não violenta (CNV)

A comunicação não violenta defende a expressão não crítica ou acusatória.

Ou seja, ao conversar com alguém, especialmente sobre um assunto sério, acusações, grosserias, críticas excessivas, humilhações, sarcasmo e outras agressões verbais, devem ser esquecidas.

A culpa, ressentimento e frustração deixa de ser o foco da discussão para que a resolução de problemas aconteça sem grandes obstáculos.

Para isso, você pode usar frases como “eu me senti assim” em vez de “você fez isso” para se expressar.

5. Resolva conflitos assim que possível

Os conflitos devem ser resolvidos o mais rápido possível para reduzir o espaço para desentendimentos e sentimentos negativos, como frustração e raiva, se instalarem.

Entretanto, você pode esperar um pouco para conversar com o cônjuge, permitindo que as emoções esfriem e a conversa flua.

Assim que ambos estiverem mais calmos, parta para o diálogo, enumerando as questões problemáticas e debatendo sobre possíveis soluções para elas.

Sempre pergunte ao cônjuge se ele está de acordo com as suas ideias.

Como a terapia pode ajudar a comunicação dos relacionamentos?

Casais que chegaram a um momento quase “sem volta” do seu relacionamento ou querem evitar chegar nessa situação extrema, podem recorrer à terapia de casal para trabalhar na comunicação do relacionamento.

A terapia de casal é um tipo de psicoterapia voltada para o atendimento de casais que desejam resolver os problemas de seu relacionamento.

É ideal que ambos os cônjuges estejam dispostos a fazer terapia, mas nem sempre esse é o caso.

Às vezes, um deles chega ao consultório do psicólogo com uma postura de relutância, mas curiosidade.

Durante as sessões, o psicólogo faz a mediação das conversas entre o casal para que eles consigam tocar em assuntos complicados, entender o lado um do outro e tomar decisões para fazer as mudanças necessárias para salvar a relação.

A disposição para mudar precisa estar presente em ambos os cônjuges.

A terapia de casal fornece um norte para os casais e acompanha a evolução deles ao longo das sessões, mas ela não faz todo o trabalho por eles.

Os próprios casais precisam estar comprometidos em reconhecer as suas falhas, perdoar as do outro e trabalhar, em conjunto, para construir um relacionamento saudável.

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